domingo, 24 de novembro de 2013

Mirando-a novamente

Os anos se passaram rapidamente
Escaparam entre os dedos
Como o vento escapa entre as cordas vocais das vozes inocentes

Os cabelos esvoaçando lentamente
         A brisa passa levantando o perfume das rosas
O rosto do amado
Seus olhos quentes mirando-a novamente

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Vale a pena ler de novo #6


Ensina-me

Oh, ensina-me a te amar intensamente
A não te querer tão desesperadamente
Ensina-me a aguentar sua ausência, sua falta de experiência
Diminua minha ansiedade
Pois assim quem sabe
Estarei pronta para dar-lhe minha liberdade
Meu amor desgovernado 

sábado, 16 de novembro de 2013

O conto de fadas perfeito

A chuva caí, lavando as calçadas do condomínio onde moro, eu simplesmente não consigo deixar de lembrar daquela vez que imaginei você e eu abraçados vendo meus filmes preferidos, fazendo qualquer coisa boba ao som de One Direction, eu me lembrava todas as vezes que caia um trovão que eu não tinha seus braços fortes me abraçando, que você não gostava da minha banda favorita, você nunca seria o Liam Payne, nem uma mistura de Niall Horan, não. Seria apenas você e eu, nunca existiu um nós no meio de seus sorrisos.
Eu não poderia agarrar seus cabelos macios. Parecia naquela época tão injusto eu não poder ler seus pensamentos, mas agora eu entendo e fico feliz em não ter entrado em contato com sua cabeça, eu imaginei tudo, misturei os garotos perfeitos e usei seus olhos, seus cabelos, sua pele, para criar um fruto imaginário, algo surreal. Estar apaixonada, me ajudou, minha mente foi prestativa, milhares de poemas se misturavam entre a realidade e a imaginação, me proporcionando alívios passageiros, uma felicidade de ter saído algo bom comparada a uma mente tão confusa, tão boba. O coração pulava, pulava muito, mas se acalmava como em um ataque cardíaco. Sentir pena da garota de meses atrás não vai adiantar, mas não consigo me ver novamente apaixonada, não sou uma menina com o coração partido, sou uma menina que se afundou no seu conto de fadas perfeito.

domingo, 10 de novembro de 2013

Vale a pena ler de novo #5

Olá escritores! Eu não poderia deixar de agradecer a vocês por todo o carinho do post anterior, podem ter certeza que adorei saber a opinião de vocês referente a um assunto tão importante, que infelizmente é deixado de lado. Bom, para hoje vos trago a oportunidade de reler uma carta.

Falando sozinha


            Seu beijo doce se foi, como um trovão amaldiçoado. Você foi como o clarão antes do raio assustador. Como a brisa refrescante antes da escuridão daquelas noites escuras, em que meus medos se transformavam em formas assustadoras, andando pelas ruas, fazendo com que meu coração saísse pela boca, mas você estava ali e nada chegaria perto para me prejudicar, seus dedos estavam entrelaçados aos meus. Você foi por tanto tempo meu garoto preferido, meu sonho, minha felicidade.

Agora o que me resta é lembrar de tudo o que me faz acreditar que foi real, que você foi real. Você sempre estará na minha memória, sua risada rouca e abafada ecoa em meus ouvidos me causando aquele arrepio casual, aquele, meu amor, que você sorria ao ver como você me deixava a tocar minha pele, a beijar delicadamente minha bochecha. Você se lembra? Bem, eu me lembro como poderia esquecer? Eu ainda sinto seu beijo calmo me tirando da realidade, oh como eu sinto sua falta!
Eu me pergunto Rodrigo se você está me protegendo, se eu poderia sentir seu toque novamente, se é possível ouvir seus passos vindo ao meu encontro, eu preciso desesperadamente de seu abraço protetor. Por favor, me diga que isso não passa de um pesadelo de uma garota agitada. Você diria? Eu sei que diria.
Eu preciso olhar em seus olhos escuros como a noite, só esta noite. Me acorde e me diga que o café está servido, que isso tudo é uma mera mentira, contada para assustar crianças arteiras.
Estou aqui na frente deste papel manchado por lágrimas, falando sozinha. Quem diria que aquela menina forte, metidinha, estaria aos pedaços? Quem diria que você ia me transformar em uma garota tão frágil, totalmente perplexa por seus encantos? Eu ainda sou a Mariana que você conheceu aquela menina que morava no final da sua rua, só que agora não tenho mais 17 anos, um ano se passou, estou prestes a ir para faculdade, realizar meu sonho, mas o que importa se eu não tenho mais você? Não tenho mais meu Capitão Rodrigo?
Se você soubesse que estou escrevendo em vão, você se indignaria. Você não suportaria ver meus olhos, seus olhos acabados. Eu sei que você não verá e muito menos lerá. Você não acreditaria se eu te contasse, que após receber a notícia que você tinha ido, tinha partido, eu liguei para seu celular, liguei tantas vezes acreditando que você atenderia e eu ouviria sua voz. Não foi sua voz que eu ouvi, foi a voz gravada, aquela voz chatinha da sua operadora dizendo que seu número não existia, assim como você. Mas digitar seu número, fazia-me sentir mais viva, me fazia lembrar das vezes que passamos horas conversando, me fez lembrar das vezes que tocastes minha música preferida, eu não poderia ver seu sorriso, mas eu escutava sua voz suave.
Agora veja só, eu tenho o seu violão aqui a meu alcance, mas eu não consigo fazê-lo funcionar, para você era tão fácil da mesma maneira que era tão fácil te amar. Ele é uma lembrança que eu tenho, a qual olho todos os dias, o coitado tolera minhas lágrimas, que caem pesadas e dolorosas. Você não as enxuga você não me faz cócegas para parar de chorar.
Mas me diga, se você lê-se esta carta, diria que este texto que a faz existir, é bom o suficiente para ser postado no blog?
Volte e tire meus pés deste solo inútil, desta realidade deprimente, volte e me tire desta dor que deixa meu corpo doente.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Nítida como minhas lágrimas

Chamo-me Marcos, estou a cerca de dois anos neste hospital, há crianças, jovens e velhos, me encaixo na última categoria dos pacientes que precisam de cuidados específicos. Confesso que nunca presenciei tanto sofrimento, o que me machuca a cada dia, ver que pequenos seres precisam se acostumar a praticamente morar neste local, tantas vezes temido por mim.
Médicos entram no meu quarto, me olham com pena e me dirigem um sorriso de orelha a orelha. Esses sorrisos não são verdadeiros, por que a verdade é que eles sentem nojo da minha pele enrugada, eles não querem me olhar nos olhos, eu sei por que. Eles não querem enxergar a realidade que está debaixo de seu nariz, preferem acreditar que são o centro do universo, quanta hipocrisia.
Os tempos são outros, mas minhas lágrimas são as mesmas. São as mesmas lágrimas de um homem que enfrentou a guerra, que lutou por sua sobrevivência, que não precisou passar por cima de pessoas para conquistar seu lugar, que diversas vezes precisou deixar de lado suas angústias para brotar um sorriso em seu filho tão amado. São lágrimas de um velho que já foi jovem, que se casou com a moça mais bonita da cidade, que construiu uma família, são lágrimas de alguém que foi vítima do tempo, vítima da indiferença de seus próprios filhos. De um homem de idade que não presenciou a alegria de ter um neto.
            Cá estou deitado imóvel nesta cama, ouvindo um vai e vem rotineiro. Me distraio com passos, meus ouvidos estão fracos, mas nada me impede de ouvir uma risada fraquinha se aproximando, me espicho na cama e a esperança volta a morar no meu coração, que bate forte ao ver meu neto correndo em minha direção. Sinto uma gota de água tocar minha pele, uma mísera goteira, nítida como minhas lágrimas, que se misturam ao visualizar o sorriso franco de meu filho, o sorriso escancarado do meu neto querido.
           
 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Sabíamos que seria assim


Você sabe o por que gosto tanto da primavera, o seu perfume cheira a primavera e mesmo quando estivermos longe eu sentirei seu aroma refletir pertinho dos meus pensamentos. Não é justo, mal podemos nos tocar com frequência, nossos corpos estarão unidos, por uma fração de segundos. Você conseguiu alcançar seu sonho, meus sorrisos aparecem com frequência ao olhar para a margarida que me deste, eu não posso brincar de bem-me-quer mal-me-quer, não mais.  Meu sonho está cada vez mais longe, tão perto e tão distante. Eu suspiro, por que de uma forma ou de outra sabíamos que seria assim, mas o gelo precisa do fogo para se aquecer.