Querido
diário,
Eu sei que
faz algum tempo que não apareço por aqui, mas não foi uma escolha somente
minha, era preciso. Simplesmente achei melhor ficar um pouco afastada,
colocando minha cabeça no lugar, eu literalmente não me conhecia, aquela nova
pessoa não poderia ser eu.
Meus
escritos estavam deprimentes, acaba brigando com meus pais por qualquer coisa,
ficava irritada por eles me pedirem ajuda, era assustador. Eu sei e sabia que
aquilo os magoava, era egoísmo de minha parte não querer ajudá-los, sendo que
eles fizeram tudo por mim.
Eu só queria
dormir e ouvir minhas músicas no último volume, sem me importar se prejudicaria
meus ouvidos. Nada importava, nem minha sobrevivência.
No sábado
saí irritada de minha casa, não me interessava em olhar para os dois lados da
rua. Fui atravessando quando vi uma menina e um menino vestidos com farrapos
pedindo comida a um homem qualquer, o mesmo negou e as crianças sentaram-se
tristes na calçada, desoladas.
Meu coração
pulou e sai do meu torpor, senti uma vontade imensa de brotar a alegria no
coração daqueles pequeninos, era necessidade. Eu os ajudaria, os alimentaria.
Diário, eu
não sei explicar, eu só sei que toda aquela raiva, aquela tristeza se esvaziou
de mim, como se nunca estivesse existido. Sinto-me tão leve, com uma vontade
imensa de escrever, escrever coisas alegres, coisas que me engrandecem.
Estou de
volta, meu sorriso voltou e eu a ser feliz.
Megan
Sullivan.
São Paulo,
18 de abril de 1996.
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